quarta-feira, 2 de maio de 2012

Novo Código Florestal e suas desavenças



Lei. Presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Antonio Alvarenga, afirma que não faz sentido o reflorestamento em áreas que servem de plantio para agricultores 

São falsos os argumentos das organizações ambientalistas contrárias ao Código Florestal aprovado no dia 25 de abril de 2012 pela Câmara dos Deputados, segundo garantiu à Agência Brasil o presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Antonio Alvarenga. Ele disse que não faria mais sentido transformar novamente em floresta uma área totalmente plantada com soja ou cana, por exemplo. "Seria um desperdício econômico fantástico."

O dirigente disse que a proposta aprovada, do ponto de vista dos agricultores, é positiva. "[A lei aprovada] está conciliando o interesse da produção com a preservação. Acho que ela, realmente, vai trazer mais segurança e tranquilidade ao produtor."

Entre outros argumentos que usou para defender o novo Código Florestal, Alvarenga disse também que "não existe essa coisa de anistia", rebatendo uma das principais críticas ao texto aprovado pela Câmara dos Deputados, a de que promove a impunidade dos produtores que devastaram áreas de preservação.

Para Alvarenga, ao contrário do que afirmam os ambientalistas, a obrigação dos produtores de reflorestar áreas devastadas vai continuar existindo. "É óbvio que vai ter regras mais aceitáveis para esse reflorestamento. Em vez de reflorestar na própria fazenda, vai ser permitido a ele [produtor] reflorestar no bioma do qual faz parte, o que é muito razoável".

Segundo Alvarenga, as entidades ambientalistas querem, na verdade, a manutenção do Código Florestal ainda em vigor, o que considera inviável. "Não há como conseguir voltar o tempo para trás." Para ele, o texto novo vem solucionar todos os problemas da preservação.

O dirigente disse que o cadastro ambiental das propriedades e a adoção de tecnologias avançadas de monitoramento via satélite, dará ao governo condições de fiscalizar com segurança o que houver de desmatamento no país e garantir a recomposição florestal que cada produtor deve apresentar.

Como o atual ministro do Esporte, Aldo Rebelo, foi o primeiro relator do projeto do novo Código Florestal, em 2011, ele acredita que esse fato pesará quando a presidente Dilma Rousseff for apreciar a matéria. "Basta a presidente Dilma chamar o ministro Aldo Rebelo. Ela vai entender todos os problemas dos produtores rurais e, possivelmente, não irá vetar praticamente nada."

Fonte:  Agência Brasil
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Tempo seco predomina no país e frio deve perder força nos próximos dias




Até o fim de semana, o frio deve ficar restrito apenas ao Sul, Sudeste, Goiás e Distrito Federal

A atual onda de frio, que toma conta de boa parte das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além do Acre e Rondônia, deve perder força nos próximos dias, segundo boletim da Somar.

De acordo com a previsão, até o fim de semana o frio deve ficar restrito apenas ao Sul, Sudeste, Goiás e Distrito Federal e, mesmo assim, com expectativa de mínimas acima dos 10°C na maior parte dos municípios. Além do frio, um grande destaque para o Brasil é que a chuva parou.

– A chuva deste fim de semana prolongado foi a última do período das águas. A partir de agora, as precipitações serão mais esporádicas no Sudeste e Centro-Oeste – afirma o meteorologista Celso Oliveira.

No Nordeste, a chuva que ainda atingia algumas regiões já havia cessado há mais de 15 dias, e também não há previsão de precipitações significativas até o fim desta semana. A exceção fica por conta do extremo sul da Bahia, onde uma frente fria deve provocar chuva forte, com acumulado de mais de 70mm.

No Sul, apesar de não haver um período seco bem definido, o tempo deve continuar firme na maior parte da região até domingo. De acordo a Somar, o Norte é a única exceção com relação a chuva. Por lá, a precipitação prossegue, com acumulado de mais de 130mm em apenas cinco dias no noroeste do Amazonas, Roraima, na costa do Amapá e na Ilha de Marajó.

Fonte: Somar Meteorologia
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Análise de Mercado - 02 de Maio de 2012



Veja cotações e situação de alguns dos principais produtos do agronegócio nacional, entre eles, frango, suíno e ovos 

Suíno vivo

Os preços do suíno vivo seguem em alta na maioria das regiões pesquisadas pelo Cepea nesta parcial de abril.

Entre 30 de março e 26 de abril, o preço do suíno vivo subiu 1,9% na região chamada de SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), passando para R$ 2,22/kg na quinta-feira, 26.

Já as cotações do milho  têm recuado no mesmo período, melhorando o poder de compra de suinocultores paulistas e catarinenses frente ao cereal.

Por outro lado, em relação ao farelo de soja, o suinocultor continua perdendo, já que este insumo tem se valorizado bem mais que o suíno vivo. (Suino.com)

GO R$2,50
MG R$2,40
SP R$2,18
RS R$2,47
SC R$2,00
PR R$2,07
MS R$1,80
MT R$2,07

Frango vivo

A menos que ocorra alguma mudança nas negociações desta segunda-feira, o frango vivo comercializado no interior paulista encerra o mês cotado pelo mesmo valor vigente um ano atrás, o que deixa a impressão de que as perdas enfrentadas pelo produto não são tão gritantes quanto se apregoa. Ocorre que, há um ano, nesta data, o frango vivo já enfrentava forte desvalorização e (sem ter ainda chegado ao "fundo do poço", o que só aconteceria entre o final de maio, início de junho), fechava abril com uma perda de quase 20% em relação aos valores alcançados 45 dias antes.

O pior, porém, é que só recentemente (ou seja, em abril corrente) a cotação do frango vivo se igualou à de 2011, registrando-se anteriormente (1º trimestre) perdas significativamente maiores em relação a idêntico período do ano passado.

A realidade, irrefutável, é que o frango vivo completa os quatro primeiros meses de 2012 obtendo uma remuneração média de pouco mais de R$1,69/kg, o que significa valor 13% inferior à média de R$1,95/kg do primeiro quadrimestre de 2011. (Avisite)

SP R$1,70
CE R$2,40
MG R$1,80
GO R$1,75
MS R$1,75
PR R$1,80
SC R$1,80
RS R$1,65

Ovos

O processo de perda de preço enfrentado pelo ovo parece não ter fim. Iniciadas no segundo sábado do mês, 14 (apenas seis dias depois da Páscoa), as reduções vêm sendo praticamente contínuas. No último sábado, 28, quando o valor recebido pelo produtor sofreu novo retrocesso, completaram-se oito quedas no espaço de 15 dias.

Com isso, o ovo encerrou a quarta semana de abril valendo 20% menos que há três semanas ou um mês atrás, período (Quaresma) em que atingiu os melhores preços de 2011. 

Comparativamente ao mesmo dia do ano passado, o preço do último sábado foi 10% menor. Na média do mês a redução é de 12%, índice que ainda se amplia hoje, dia de encerramento de abril, ainda que o preço permaneça estável. (Avisite)

Ovos brancos
SP R$43,00
RJ R$47,50
MG R$50,00

Ovos vermelhos
MG R$53,00
RJ R$50,50
SP R$46,00

Boi gordo

A arroba do Boi Gordo no Estado de São Paulo, segundo informa o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) encerrou a terça-feira cotada a R$ 93,91, com a variação em relação ao dia anterior de -0,12%.  A variação registrada no mês de Abril é de -1,06%. (Valor por arroba, descontado o Prazo de Pagamento pela taxa CDI/CETIP).

O valor da arroba em dólar fechou ontem cotado a US$ 49,27.

Média ponderada de arroba do boi gordo no Estado de São Paulo - base de ponderação é a mesma usada para o Indicador Esalq/BM&F. 

Valores a prazo são convertidos para à vista pela taxa NPR. 

A referência para contratos futuros da BM&F é o Indicador Esalq/BM&F. (Jornalismo Integrado - Assessoria de Comunicação)

Triangulo MG R$90,00
Goiânia GO R$89,00
Dourados MS R$88,00
C. Grande MS R$90,00
Três Lagoas MS R$88,00
Cuiabá MT R$86,50
Marabá PA R$88,00
Belo Horiz. MG R$90,00

Soja

A saca de 60 kg de soja no estado do Paraná, segundo informa o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) encerrou a terça-feira cotada a R$ 63,19. O mercado apresentou uma variação de -0,17% em relação ao dia anterior. O mês de Abril apresenta uma variação de 9,33%.

O valor da saca em dólar fechou ontem cotado a US$ 33,15 a saca. (Jornalismo Integrado - Assessoria de Comunicação).

Físico - saca 60Kg - livre ao produtor
R. Grande do Sul (média estadual) R$61,00
Goiás - GO (média estadual) R$58,00
Mato Grosso (média estadual) R$55,50
Paraná (média estadual) R$63,19
São Paulo (média estadual) R$59,50
Santa Catarina (média estadual) R$55,00
M. Grosso do Sul (média estadual) R$56,00
Minas Gerais (média estadual) R$58,00

Milho

A saca de 60 kg de milho no estado de São Paulo, segundo informa o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) encerrou a terça-feira cotada a R$ 24,39 a saca. O mercado apresentou uma variação de -1,30% em relação ao dia anterior e de -10,20% no acumulado do mês de Abril. 

O valor da saca em dólar fechou ontem em US$ 12,79. 

O Indicador Esalq/BM&F à vista, que tem como base Campinas-SP, distingue-se da média regional de Campinas porque utiliza o CDI como taxa de desconto dos valores a prazo. No mercado físico (média regional Campinas), porém, a taxa mais usual é a NPR. Já os valores a prazo são iguais. (Jornalismo Integrado - Assessoria de Comunicação)

Físico - saca 60Kg - livre ao produtor
Goiás (média estadual) R$18,50
Minas Gerais (média estadual) R$21,00
Mato Grosso (média estadual) R$18,00
M. Grosso Sul (média estadual) R$22,00
Paraná (média estadual) R$24,00
São Paulo (média estadual) R$24,39
Rio G. do Sul (média estadual) R$27,50
Santa Catarina (média estadual) R$26,00

Fonte: Comunicação Uniquímica
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Maior parte do Brasil começou a vacinar dia 1º de maio


Previsão é imunizar mais de 158 milhões de animais nesta fase

Quatorze estados brasileiros e o Distrito Federal – que juntos representam cerca de 90% do rebanho brasileiro – começaram a primeira etapa de vacinação contra a febre aftosa na terça-feira, 1º de maio. A maioria imunizará todos os bovinos e bubalinos, com exceção de Espírito Santo, Mato Grosso, Paraná e São Paulo. Nessas regiões, apenas os animais com idade abaixo de 24 meses receberão a vacina.

Outros seis estados que também estavam previstos para iniciar a campanha na mesma data – Alagoas, Ceará, Maranhão, parte centro-norte do Pará, Pernambuco e Piauí – tiveram a atividade transferida para o dia 1º de junho. A decisão foi tomada em razão do inquérito soroepidemiológico que será realizado para avaliar se há ou não circulação do vírus da febre aftosa na área. O objetivo final do processo é ampliar a zona livre de febre aftosa no Brasil até o final do ano. Amazonas, Roraima, Rondônia, Bahia e Mato Grosso do Sul (na região de fronteira internacional) já haviam ingressado na vacinação contra a doença anteriormente.

Somando todos os estados, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) espera que 158,8 milhões de cabeças sejam vacinadas nesta primeira fase. Segundo o diretor do Departamento de Saúde Animal (DSA), Guilherme Marques, mais importante do que superar o índice de cobertura vacinal alcançado na mesma etapa em 2011 (97,4%) é o comprometimento dos produtores na aplicação das doses e na declaração da vacinação.

“Não basta que cada produtor vacine corretamente o seu rebanho. Ele precisa estar atento a sua parte, mas também fiscalizar e colaborar com o vizinho. O descaso de um pode comprometer toda uma região”, alerta Marques.

Os cuidados necessários para uma adequada imunização do gado são: vacinar dentro do período estabelecido; adquirir vacinas em revendas autorizadas; conservar em temperatura correta (de 2 a 8°C) até o momento da aplicação; aplicar a dose certa (5 ml) na região da tábua do pescoço com agulhas e seringas em bom estado e limpas e manejar os animais com o mínimo de estresse e nos horários mais frescos do dia.

Após o término da vacinação, no dia 31 de maio, os pecuaristas têm até o dia 15 de junho para entregar a declaração nas Unidades Veterinárias Locais (UVLs) ou nos Escritórios de Atendimento à Comunidade (EACs) dos seus estados. Os produtores que não cumprirem com as suas obrigações serão impedidos de movimentar seus animais até regularizar a situação, terão a vacinação acompanhada e serão autuados. A segunda etapa da campanha ocorrerá de 1º a 30 de novembro.

A partir do dia 15 de maio, os estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, parte do Pará, Roraima, Amapá e Amazonas (exceto parte dos municípios de Lábrea e de Canutama e as cidades de Boca do Acre e Guajará) – considerados de médio e de alto risco e que não estão incluídos no inquérito soroepidemiológico para febre aftosa – sofrerão restrições para o trânsito de animais e produtos. A divisa dos estados receberá barreiras de fiscalização e os bovídeos precisarão ser quarentenados e submetidos a exames sorológicos antes de ingressarem na área sob inquérito. A medida visa reduzir possíveis riscos de introdução do vírus na área em estudo.

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
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Setor florestal tímido, mas presente na Agrishow



Implemento que derruba árvores e produz biomassa ao mesmo tempo é destaque da New Holland

Alguns picadores e a presença tímida de equipamentos e serviços voltados ao setor florestal sustentável. A Agrishow 2012, que segue até sexta-feira, 4, em Ribeirão Preto (SP), espera bater o recorde de público.

Ontem, 01/05, durante o feriado, somente nas duas primeiras horas de feira, já haviam passado 25 mil pessoas pelos portões.

Para encontrar os primeiros expositores ligados ao setor florestal, foi preciso caminhar quase uma hora. Dentro de um pavilhão, e sem chamar muita atenção, estão marcas como Syngenta, Basf e Produquímica. 

O viveiro Mudas Nobres, produtor de mogno africano, se destaca na área demonstrativa. De acordo com o diretor da empresa, Canrobert Tomin, a espécie tem sido bastante procurada por produtores rurais que querem diversificar seus investimentos. "Plantamos algumas árvores que hoje estão com 18 meses. O cliente pode ver o resultado das nossas mudas", ressalta.

Empresas como Brudden, Fm Copling, Husqvarna, Roster, Vermeer, Stihl e Arvus estão espalhadas pela área de 360 mil metros quadrados mas sempre com foco no setor agrícola.

Os fabricantes de máquinas e tratores florestais como John Deere e Valtra impressionam com os maiores estandes da feira.

A New Holland também é imponente. E é ali, que - de forma discreta, o picador de biomassa FR9060 está sendo apresentado.

Um implemento foi adaptado na frente do picador e "empurra" árvores de eucalipto de 2 a 3 anos para dentro da "boca" do equipamento.

Fazendo uma análise rápida, de um vídeo exposto no estande, é possível acreditar em um rendimento de 50 metros cúbicos por hora.

"A máquina se desloca na linha das árvores, preferencialmente adensadas para biomassa, derruba, pica e abastece tratores ou caminhões automaticamente", explicou Felipe Vieira, gerente de negócios da marca.
Segundo ele, o equipamento será testado pela Unesp de Botucatu, em parceria com diversas empresas do setor florestal.

Para maiores informações visite: painelflorestal.com.br

Endividados e sem tecnologia, produtores de cacau não atendem mercado interno



O endividamento, a falta de crédito rural dos produtores e a tecnologia de produção pouco difundida são alguns dos obstáculos ao crescimento da produção de cacau no Brasil. Os produtores brasileiros, que já foram responsáveis pela segunda maior produção do mundo na década de 80, ainda não se recuperaram dos prejuízos causados pela vassoura de bruxa, a praga que destruiu boa parte de suas lavouras no início da década de 90. E agora pedem apoio do governo para ampliar a produção.

A situação da cacauicultura no país foi discutida em audiência pública da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) na tarde desta sexta-feira (27). Produtores, empresários e representantes do Ministério da Agricultura afirmaram que o consumo de chocolate cresceu significativamente nos últimos anos, tanto no mercado interno como no mercado externo. É preciso agora incrementar a produção brasileira para conquistar esse mercado.

- Temos todos os elos da cadeia: produzimos, processamos e consumimos cacau. Seria falta de senso se continuássemos exportando produto barato e importando chocolate caro – argumentou na audiência o diretor da Comissão Executiva da Lavoura Cacaueira (Ceplac), Jay Wallace da Silva Mota.

Segundo Jay Wallace, o cacau é hoje produzido em seis estados brasileiros: Bahia, Pará, Rondônia, Espírito Santo, Mato Grosso e Amazonas, sendo a Bahia o maior produtor. A produção nacional, que já chegou a 400 mil toneladas por ano na década de 80, atualmente fica, em média, em 230 mil toneladas (dados de 2010). O mercado consumidor, no entanto, saltou de 300 gramas por pessoa em 2002 para 1,3 quilo por pessoa hoje. Ou seja, atualmente, a produção nacional de cacau não consegue atender à demanda interna, fazendo com que as indústrias tenham de importar matéria-prima.

Endividamento

Para o presidente da Associação dos Produtores de Cacau (APC), Guilherme Galvão, um dos motivos de a produção nacional não ter se recuperado dos prejuízos da vassoura de bruxa – praga que teria sido propositadamente inserida nas lavouras cacaueiras da Bahia no final da década de 80 – é o grau de endividamento dos produtores. Galvão explicou que, desde os primeiros financiamentos feitos para recuperação da produção, e que não produziram os resultados esperados, pois a praga não foi integralmente contida, os agricultores não conseguem quitar suas dívidas com os bancos.

Com a produção caindo ano a ano, os agricultores seguem sem recursos para investir em tecnologia e aumentar a produtividade. Assim, perdem para a concorrência externa, vinda principalmente da Costa do Marfim e da Malásia. Galvão advertiu que cerca de U$ 1,5 bilhão devem ser gastos com importação de matéria-prima do cacau para processamento no país. Para ele, o Brasil não precisa voltar a ser o maior produtor de cacau do mundo mas, ao menos, conseguir ser autossuficiente no setor.

A preocupação foi compartilhada pelo secretário-executivo da Associação de Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), Walter Tegani. Ele explicou que há mais de uma década as empresas não conseguem fazer investimentos efetivos para ampliação da capacidade de processamento por não ter matéria-prima para trabalhar. Se ampliarem o processamento, precisarão aumentar a importação do produto, já que o mercado interno não consegue atendê-las.
- O mercado brasileiro é o único com boa produção, área para expandir, indústria processadora e mercado consumidor em crescimento. Nossa preocupação hoje não é procurar cliente, mas procurar matéria-prima para viabilizar a manutenção das indústrias e, no futuro, para ampliá-las – lamentou.

Cultura sustentável

Outro ponto destacado pelo representante dos produtores de cacau foi a sustentabilidade. Guilherme Galvão explicou que a lavoura de cacau, especialmente quando cultivada pelo modelo de cabruca (em que o cacau é plantado junto a espécies da flora nativa para que possa usufruir de suas sombras e aumentar a produção de frutos), é uma “escola de sustentabilidade”. Com preservação da mata nativa, proteção do solo e resgate de carbono, a lavoura de cacau é considerada uma das mais ambientalmente corretas. A cacauicultura também representa grande mercado de mão de obra rural para o país. Com cultivo pouco mecanizado, as fazendas de cacau correspondem na Bahia a 60% do mercado rural.

A solução, defenderam os convidados da audiência, passa por renegociar as dívidas dos produtores e investir na divulgação de tecnologias – com implantação de mudas mais resistentes às pragas, controle do sombreamento e do manejo e métodos que aumentem a produtividade por área.

Presidente da CRA, o senador Acir Gurgacz (PDT-RO) afirmou que a comissão fará todo o possível para solucionar os problemas que emperram a produção de cacau no país. O senador se comprometeu a analisar na comissão todas as propostas legislativas relacionadas ao setor e anunciou que a CRA promoverá agora em maio uma audiência pública com representantes do governo federal para debater especificamente o problema de endividamento dos produtores rurais. A reunião tentará encontrar soluções de renegociações das dívidas, que afetam não apenas os cacauicultores mas agricultores de todo o país.

Também participaram da discussão Eduardo Brandão Costa, representante da Conderação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA); Wilson Destro, superintendente regional da CEPLAC em Rondônia; e Rafael Hercelin, responsável pelo projeto Phoenix, promovido pela Associação das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC) para incentivar o aumento da produção de cacau no país.

Fonte: Agência Senado
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